Foi recomendado andar com bengala para fazer a movimentação da perna o mais parecido com a normal. É muito mais fácil andar com a perna rígida e compensar o movimento com outros músculos do quadril e das costas, que acabam por ficar doloridos sem necessidade.
Não consigo dormir mais de 3 horas por noite, falta o cansaço, fico lendo, escrevo, faço sudokus...
Enfim, eu comecei a achar o acidente como que planejado para mim. Atravessando no farol no exato momento em que os carros no reboque invadem a faixa de pedestres, o asfalto quebrado, pois se a queda fosse igual em asfalto normal, não aconteceria nada... Tudo muito improvável ao acaso.
Fiquei tão revoltado com todas as forças espirituais, me perguntava: qual era a mensagem que quiseram me passar? Tento fazer tudo certo, cumpro as leis do universo, a principal: fazer aos outros o que gostaria que me façam. O porquê não saia de minha cabeça, porque isto? porque isto?
A revolta durou até que cheguei este texto de Masaharu Taniguchi, grande mestre japonês:
"... você está impaciente. Está querendo sarar logo. Está inquieto. Ficando assim inquieto, a doença não será curada. Esta realmente satisfeito com seus familiares?... Esta agradecendo a eles.?... Não tem certeza?... Você está pensando, quero que me façam assim e assado, não é?
Esse querer vem da mente insatisfeita ou da mente que busca a compaixão. Essa mente é que constitui a doença. A doença não está no corpo. Ela está em sua mente. Se sua mão direita não se move, agradeça ao fato de ter a mão esquerda se movendo. Transforme o seu sentimento em gratidão a todas as coisas. Enquanto você estiver viajando no trem cujo destino é a queixa, nunca chegará ao ponto final chamado gratidão. Veja tudo com sentimento de gratidão, levante-se hoje com o propósito de ser útil a seus semelhantes."
(Masaharu Taniguchi)
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